Abstração

O meu coração se transforma

De substantivo concreto em abstrato.

E a dor traz as lágrimas,

Que furam meus olhos...

Cai como bica d’água,

Inundando minha alegria,

Afogando o meu coração.

É carnaval!

Sem fantasia,

Sem alegria...

Nessas noites quentes

Que só eu sei.

E a solidão,

Permanece fincada do meu lado

Mascarada!

Purpurinas...

Quantas declarações isoladas eu fiz

Para a foto que eu guardo

Na cabeceira de minha cama

Eu insisto ao meu coração que volte,

E traga consigo a minha alegria

E que ela consiga se restabelecer

Por favor,

Volte!

E salve-me

Dessa indesejável festa carnal.

E é carnaval!

Sem fantasia,

Sem alegria...

Máscaras e purpurinas...

...Na cabeceira de minha cama.