Fita Branca

Uma rosa vermelha perdida no chão do esquecimento

Lembrada como uma fita branca no pulso de donzela

- Oh vida, mas ó que vida bela...

Por que não acabas tu com meu sofrimento?

E não és de final um lamento? Relembrar pra esquecer...

Despedir segurando o pranto, fulgaz e assaltante,

É choro que fez tristemente acenar e estremecer

Correndo contra a lágrima que corre no rosto infante.

- Duro demais é ter de se despedir!

Recordar as noites de pernoitar em claro, durante anos,

Para um dia sentir as mãos antes intangíveis a te iludir

Com o tato que cega os sentidos e sufoca em atos insanos.

É doloroso em demasia ter de partir sem olhar pra trás

Pois tudo que foi deixado ficou ao relento no cais

Como o sol que se pôs a margem em despedida assim foi

De volta à sua terra, rubra na firme linha do horizonte...

E não há violência que esta fúria desconte

Pois sonhar às alturas do céu tem seu preço,

Acordar cadente inerte nas labaredas quentes

Do inferno... Este que eu tão bem conheço;

É azul o céu, é azul o olhar... Mas há nada que possa descontar

O pudor que se desfaz como a carne frágil ao toque da lâmina,

Ver dia virar noite dando assim lugar a mais sombria escuridão...

A saudade, a dor que tira os ânimos e mata o fogo da libertina,

O pranto que faz a despedida ser veloz aos deslumbrardes do coração.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 13/03/2008
Reeditado em 13/03/2008
Código do texto: T898746
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