ACHADO NUMA AGENDA ANTIGA
De vez em quando me vejo buscando o passado,
Algum sorriso de outrora, ou tristeza para agora.
De vez em quando me pego a vasculhar a vida
Em uma ou outra das tantas agendas antigas
Outro dia achei uma mensagem tua,
Tão antiga quanto antigo tornou-se nosso amor.
Falava de sonhos duráveis – eternos.
Certo estou que nem te lembras mais.
Doces palavras me escrevias.
Quanto amargo meu peito abriga.
Então esta nova mensagem antiga,
Que eu jamais lera,
sem sentido se faz hoje.
Mas vivo inconformado ainda.
E tu já nem lembra de mim.
Quantas vezes me fez crer na eterna ilusão
– Que a solidão não mais me alcançaria.
Depois me jogastes no abismo
Onde a escuridão ainda me encobre,
Donde, desesperado, tento sair,
mas a vida segue a desmoronar.
Sucumbo sob loucas vinganças,
Sonhando ainda ver um milagre.
Não sei, porém, quanto vou suportar
E esperar que a dor também me deixe.
Wilson do Amaral