Canção de Solidão

"Nessa vida, somente uma presença tem se feito fixa...

A distante miragem que me consolava enquanto me perdia

pelo deserto da dor".

Dentro do escuro da mente, a imagem,

algo que jamais se dissipa;

No céu ultramarino, a viagem,

o destino jamais se antecipa.

Uma pilha de livros organizados,

A garrafa sempre vazia,

E como o branco bastão... Apagado.

O Tédio é solitário e nunca muda.

É como se nadasse livre na bacia...

Estando presa a teus braços,

Todavia algo sempre permuta...

Não pode o sonho ser real.

O inverno se antecipa em mim.

O vento gelado, firme e corrosivo

Transformou-me, enfim,

Em tudo aquilo que temia ser.

Olhos opacos pelas sombras

Mãos lívidas pela doença,

Não coexisto com nenhuma crença;

Tudo se resume em solidão.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 27/05/2008
Reeditado em 31/05/2008
Código do texto: T1007821
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.