A COR DO SONO
É quente a cor do sono,
bagagem feita pra outro dia
na espera de encontrar
um nome inscrito, ou um desalento.
É quente a cor do sono
nas frias cartas suicidas.
Silêncio chega em fragmentos
e se afoga em convulsões.
É quente a cor do sono
a regar flor de nostalgia.
O tempo tenta em vão tirar
da pedra o nome de papel.
É quente a cor do sono
do ser que se consuma no segredo,
de um doce acorde super-sônico,
das virgens que apodrecem no meu seio.