Doce amargo atalho
Acordei sobre o sereno da noite,
em um lugar desconhecido,
me perguntando inquietamente que lugar era aquele,
e mais do que tudo,
porque estava ali.
Caminhado, sorrateiramente,
contando os meus passos,
devagar, cauteloso, com medo,
não há ninguém nesse lugar,
mais sinto a sua presença.
O frio toma conta do meu corpo,
e o medo toma conta do meu espírito,
calafrios me sobem pela coluna,
e o meu corpo,
em pleno suor frio.
Grito em meio ao desconhecido,
ansioso e com medo de alguma resposta,
escuto gritos altos e gemidos,
de uma alma morta sobreposta,
ao tumulo embolorado escrito meu nome.
Fico impressionado,
diante de um tumulo embolorado,
escrito meu nome,
e uma frase que li atentamente,
aqui jaz Thiago.
Sento ao lado daquela alma,
que me olha, que me encara,
e me pergunta finalmente,
porque ainda estava preso,
porque não deixava o mundo que me matou.
Não soube o que responder,
mas me lembrei vagamente,
do mundo que matou,
sem eu ao menos perceber,
me matou sem ao menos eu viver.
Eu sinto tanto,
por não viver o que estava escrito pra mim,
e sinto mais ainda,
de mesmo morto,
ainda estar apegado a isso.
Disse a pobre alma que me ouvia,
eu não podia morrer agora,
pois na vida que levei a fora,
resolvi pega o curto atalho,
que me levou, que me arrastou.
Desculpe-me e me perdoe,
minha vida só perdi quando soube,
que o atalho é espaçoso,
e que o caminho estreito,
me levaria a vida eterna.