No meu peito desnudo bate uma saudade
No meu peito desnudo bate uma saudade
Felina. Sequiosa. Mortal
As horas passam, já é fim de tarde
Envolto estou num silêncio sepulcral
O tempo passado é como uma adaga
Que transpassa o moribundo, já abatido
Dos olhos marejados de tristeza desagua
O pranto lastimoso do deprimido
Ferida aberta, putrefata. No crânio
Estalam as delícias de um tempo pretérito
Ondas de palor me inundam o rosto
Permaneço sentado, cismando. No entanto,
Entre as paredes tortas do meu cemitério
Ainda encontro forças para vociferar meu desgosto:
-No meu peito desnudo bate uma saudade!
-No meu peito desnudo bate uma saudade!
-No meu peito desnudo bate uma saudade!