Sal meu
Sal meu, só, que de lágrimas sentidas d’alma
A chorar por ela, por meus olhos tenho posto
Dor de desgosto, que remédio algum acalma,
Música triste, que de mim lava-me todo o gosto...
Desiludidas, rotas e amarfanhadas folhas minhas,
Tão amigas e tão rabiscadas deste meu tanto sofrer
Ilusão! Quantos, como eu lindos sonhos tinhas
E juntos hoje, somos nada, destes nossos querer
Almejavam em serem de si, folhas de poesias belas,
talvez escritas eternas, criação de famosos autores
Faço-as bolinhas de nada agora e descarto-me delas;
Morrem seus sonhos em rascunhos dos meus dissabores
Trocadas umas às outras, dói-me jogá-las fora assim!
Destinos iguais nos deram! Não as quero mais, porém,
ao contrário, ela nada sentiu, não teve pena de mim
feliz, trocou-me por outro e jogou-me fora.... também...
Athos de Alexandria 25-06-2008