NO DIA EM QUE O POETA MORRER...
No dia em que o poeta morrer
Desabam universos...
E choram as estrelas do meu ser
Os anjos entoarão os seus versos
As nuvens derramarão prantos...
No altar do Mundo, acendem-se velas
Toda a gente irá acendê-las...
Toalhas bordadas naquele altar...
Haverá rios de ternura pelos cantos
As ondas seu corpo virão beijar...
Mil flores... por todos os recantos
Acalmará na Terra a voz do vento...
Porque haverá mais luz no firmamento
no dia em que o poeta morrer
todas as espadas deixarão de combater
Chorarão as pedras da minha rua
Será mais brilhante a luz da Lua
O meu mar deixará de cantar…
E eu musa triste, semi nua...
Que se vestiu de farrapos de tristeza
Serei então feita rainha, ou princesa?
Cobrirão teu corpo, poeta vagabundo...
Jamais serás despido pelo mundo,
Dar-te-ão a mais bela roupagem
Render-te-ão sim, linda homenagem...
Naquela campa rasa, florida...
Ali... naquela laje ... jamais estará fria
Há-de aquecê-la tua obra de Poesia
Há-de nela pulsar p’ra sempre a Vida...
as flores... continuarão lá a crescer
no dia em que o poeta morrer!
Sim, o meu mar deixará de cantar…
e as Almas dos Poetas vão chorar!