NO DIA EM QUE O POETA MORRER...

No dia em que o poeta morrer

Desabam universos...

E choram as estrelas do meu ser

Os anjos entoarão os seus versos

As nuvens derramarão prantos...

No altar do Mundo, acendem-se velas

Toda a gente irá acendê-las...

Toalhas bordadas naquele altar...

Haverá rios de ternura pelos cantos

As ondas seu corpo virão beijar...

Mil flores... por todos os recantos

Acalmará na Terra a voz do vento...

Porque haverá mais luz no firmamento

no dia em que o poeta morrer

todas as espadas deixarão de combater

Chorarão as pedras da minha rua

Será mais brilhante a luz da Lua

O meu mar deixará de cantar…

E eu musa triste, semi nua...

Que se vestiu de farrapos de tristeza

Serei então feita rainha, ou princesa?

Cobrirão teu corpo, poeta vagabundo...

Jamais serás despido pelo mundo,

Dar-te-ão a mais bela roupagem

Render-te-ão sim, linda homenagem...

Naquela campa rasa, florida...

Ali... naquela laje ... jamais estará fria

Há-de aquecê-la tua obra de Poesia

Há-de nela pulsar p’ra sempre a Vida...

as flores... continuarão lá a crescer

no dia em que o poeta morrer!

Sim, o meu mar deixará de cantar…

e as Almas dos Poetas vão chorar!

zezinha
Enviado por zezinha em 26/06/2008
Código do texto: T1052331