GÊNESE

Minha poesia

Nasce

Sôfrega, quase moribunda

Escorregando pelas rachaduras

Do meu coração.

Viajando por nervos

Em frangalhos,

Indo parar

Nos dedos,

Trêmulos, medrosos.

Caindo dos olhos

Como lágrimas,

Desenhando um semblante

amargurado

Sob a máscara

Do poeta.

Que, como o ourives,

Tenta limar sua poesia

Até a perfeição.

Cada poesia

É parte do homem;

São os tijolos

Da casa

Onde a dor

Montou pousada.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 29/01/2006
Código do texto: T105435
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