Farfalla contida
Não há lágrimas
Não há gritos.
Apenas o silêncio reina,
Apenas a melancolia da noite.
Cá estou eu, vendo o vento levar as folhas
Aqui estou, parada e silenciosamente mutilada, vendo os pássaros voarem alto...
Vendo a vida escorrer por entre minhas mãos.
Não sou o que sou
Não sou quem quero ser
Talvez nunca seja eu.
Os olhos me perseguem e me regulam
As correntes invisíveis prendem-me os braços
Minha voz não se faz ouvir nunca.
Ah dói-me calmamente esta contenção
Dói-me intimamente este vegetar em que me encontro...
Dói e não tenho força pra queixar
Dói e nada consegue curar.
03/07/08