Um pobre menino...

Um pobre menino

Sou este pobre menino, que pelas ruas,

Vago triste e solitário.

Chama-me de otário, porque eu não,

Tenho um nome e nem sobrenome

Sou eu este pobre menino, que você,

Vê cheio de medo, cheio de ódio e de,

Rancor porque me falta o seu amor.

Sou inseguro, porque me falta ternura,

Caído, porque não tenho suas mãos para mim,

Segurarem e proteger-me. Dizem que sou esperança

Do amanhã, mas ninguém me dá uma chance,

Para que eu chegue vivo no amanhã.

Sou este pobre menino, que você vê e foge,dizendo:

“Moleque perigoso, “que chora que chega e vai embora,

Ninguém sabe de onde veio nem para onde vai.

Sou um pobre menino que chora de dor do desamor

Que te oferece uma flor, enquanto você em troca dá espinhos,

Sem jamais pensar em dar-me um pouco de carinho.

Sou um pobre menino pivete, que você vê mascando chicletes,

Porque não tem comida pra comer, que cheira cola, porque em,

Seu lazer não tem uma bola pra brincar que às vezes é ignorante

Porque nunca teve uma escola pra estudar.

E meu este grito que grita esta lágrima que rola este corpo coberto,

De jornal. Sou este pobre menino, que não teve a felicidade de ser,

O seu filho, pra ter um teto, escola, saúde, um lar.

Enfim, ter um ombro amigo pra sorrir ou pra chorar.

Sou eu está pobre criança, que carrega no peito a desesperança;

No rosto, o desgosto e as marcas de um passado em que só existiu,

Revolta porque em minha volta não existiu ninguém.

Sou este pobre menino, que por um fio escapou do aborto,

Mas não escapou da fome, da injustiça, das mãos do homem,

Que tanto quer ver-me morto.

Sou um pobre menino, a quem você diz ser um veneno,

Para um triste e cruel destino.

Estou condenado á morte, porque não tive a sorte de ser o seu filho.

Eu não quero muito-apenas quero ser feliz

Eu não quero tudo – apenas um pouco de você

Porque você é tudo que eu procuro

Quero ser seu filho, seu irmão ou seu amigo. Quero, enfim ser um

Pouco de você.