QUANDO OS CORVOS CHORAM

Quando ele estende

A negra envergadura

Sobre a face do abismo

E o gosto das alturas

Definha no seu peito,

É hora de dizer adeus.

Quando a noite não traz

Na fria face de breu

A recôndita ausência

Dos males do mundo.

É hora de dizer adeus.

Quando ele vê brotar

No coração afeito à luta

Uma dor maior que o suportável

E vê rolar na face

A lágrima de ferro,

É hora de dizer adeus...

Quando até mesmo o céu

Lhe nega o refrigério

Que, malogrado, desistiu

De procurar na terra,

É hora de dizer adeus...

Mas não! É cedo!

Inda nem desmaiou a luz do dia...

Mas quando até mesmo os corvos choram,

Querida, é hora de dizer adeus.

Alexandre Magno
Enviado por Alexandre Magno em 09/08/2008
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