Canção de Desespero

Canção de Desespero

"'Ay, but to die, and go,' alas!

Where all have gone, and all must go!

To be the nothing that I was

Ere born to life and living woe!"*

(Euthanasia - Lord Byron)

Quantas palavras soam cheias de verdades!

Quantos versos são mortos pela garganta...

Quanto pranto se derrama por inocência;

A noite se vai moça e lutolenta,

Carrega entre tranças choros e lamenta

Tantas respostas plenas em incoerência;

É uma carne fraca e mente frágil

Isenta de desculpas meras e inúteis

Apenas sussurros que correm lábio ágil

E tentam atingir ouvidos já surdos em perdão.

A fera de casa é a que morde o mestre

É aquele que nunca soube ser fiel...

Entretanto teria mil suspiros de amor no seio

E uma eterna vida a dispor à morte.

E enquanto a noite envelhece

O ventre se contorce em dor e avoluma

Uma vez que do corpo se desfez o pudor

E caiu-se em libido rijo como pluma...

Entretanto dos medos se desfaz a fibra

E o peito se abre à cruéis flechadas...

Trazendo a tona tudo o que o pavor tentou esconder;

- Tudo se resume em vergonha e se acaba em solidão.

"Ah! morrer todavia e ir-se para sempre!*

Aonde todos já foram ou devem ir

Ser o nada que eu era, anteriormente

A nascer para a vida e para a dor curtir!"

R Duccini
Enviado por R Duccini em 09/08/2008
Reeditado em 10/08/2008
Código do texto: T1120746
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