Não soube
Desejei te mostrar
Em tantos instantes o que era meu lugar
Desejei que habitasse em mim
Conhecedor dos cantos e recantos, aparentes e escondidos.
Desejei mostrar os caminhos, os atalhos, pequenas vias
Onde poderias encontrar meu pensar, meu inteiro querer
Mas não quiseste, não aceitaste nenhum deles percorrer.
Coloquei sinais na estrada, avisos, recados
Para que entendesse meu traçado, minha escrita,
Minha história, minha vida.
Não percebesta nada, não decifraste código algum
Distraído em seu caminho, não se detendo em detalhes
Grandes ou não, continuando a caminhar, pleno de desatenção.
Não me leste, não me soubeste, não conheceste, nem ao menos quiseste.
Por isso gastei tempo, tempos e mais ainda
A desligar-me de ti, das horas perdidas em explicar-me, em mostrar-me
Ao que não queria e jamais poderia ver o que tentava mostrar.
Não teria êxito, jamais poderia o mesmo lograr
Pois há alguns que aqui vieram para minúcias enxergar
Mas há também os que cegos chegaram e assim decidiram ficar.