Memórias de um soldado
Eu cambaleava pela vegetação alta do campo de batalha.
As bombas tinham um barulho ensurdecedor,
que me impediam de escutar meus pensamentos.
O céu era cinza,
um cinza fúnebre.
Pedaços de terra, e de gente,
voavam para todos os lados.
A mesma terra que alimentava
era a mesma que tirava a vida.
A terra era a última coisa que um soldado via,
quando seus companheiros com o coração dilacerado
(como logo haveria o de sua esposa ficar),
envolveriam-no naquele manto de morte.
Eu não queria mais viver,
fiquei parado ali...com os olhos fixos em uma fresta de sol naquela nuvem negra a minha volta...pedindo a Deus misericórdia.
Mas as bombas continuavam explodindo a minha volta.
Agora conto estórias de guerra para meus netos...
mas quantos morreram sem nem ao menos ver seus filhos?