O Mal Vendou Os Filhos Meus...

Se não encontram a paz,

como entenderei todo este modo de agir?

Em meu "ninho" não praticávamos tal tipo de coisa.

Aqui operava o amor, corria entre nós um rio de paz,

que tiraram de mim, o mal o secou...

Tentei aos prantos resgatar em memória,

a essência da inocente vide,

meu sorriso comemorava o progresso do engatinhar.

Aquilo vinha a me fascinar de tal forma,

a ponto de jamais imaginar que a minha cria,

um dia pudesse se dispor com louvor à ordens de um tolo regime militar.

Dói saber que nos tempos atuais,

eles correm vendados por vastos campos de guerra.

Compartilho com Deus,

a imensa vontade de tê-los de volta aos braços meus.

Sonhos maternos... e mais lágrimas.

Lágrimas essas,

que borram as letras das cartas de saudade,

guardadas na caixa empoeirada, em forma de coração...

como se fosse o meu próprio.

O pobre coração de uma mãe aflita,

inconformada ao ver famílias despedaçadas,

por culpa do orgulho mór,

que percorre as veias de malditos ditadores homicidas,

enviados pelo anjo das trevas.

É uma pena este desabafo ser vago,

pois sei que não fico só ao pensar deste modo.

Edwin Ataíde
Enviado por Edwin Ataíde em 04/03/2006
Reeditado em 04/03/2006
Código do texto: T118463