ENTRISTECIDA

Apagam-se as luzes dos sonhos

E dentro do peito desértico

Uma pedra revestida por mortalha

Vitimada pelas dores que a existência exala,

Pelas vilanias atrozes

Imputadas sem pudor

Deixando cravados estilhaços

Da inconsequência insana

D'uma provisória verdade

de definitiva ilusão ou loucura

Sobre momentos ásperos,

Sobre gélida desilusão

Que nos consome em instantes,

Mas a alma ao infinto leva

Sob escombros em porão de terra

\recanto sepulcral em que o mundo s'encerra.