Foi-se a Primavera

Era cedo para te ires Primavera.

Dobraste a esquina antes da folha

Ter prazo de ser sombra…

O vórtice do tempo escoou-se

No fogo lento das cinzas

De um ocaso alucinado…

Foste cedo de ser Primavera

Jogaste o estio no rio seco da ira

E a vontade de ser fogo apagou a sede

Da vida: e o nada gerou o nada

Nem futuro, nem saudade

Só um rio amordaçado…