Na jornada da noite

A minha tristeza agora é silenciosa.

Nada de gritos, telefonemas durante a madrugada

para os amigos, nada de choro no travesseiro

no escuro da noite, as lágrimas agora correm pra dentro.

Elas deslizam enquanto sorrio em alguma festa,

quando olho pro teto do ônibus no engarrafamento.

A minha tristeza agora é calada.

Mora na insônia e no sono

de um lado ao outro deste corpo

e desta alma que só sabem ser tristes

mesmo quando a hora é de celebração.

Eu te amo, entre todas as horas

por todas as estradas de pedra

que tenho enfrentado com pés descalços

e olhos marejados.

Eu te amo, e como eu gostaria

que não fosse por tua causa

essa dor e essa agonia,

que fosse só meu este amor

que fosse só minha, a poesia.

Hudson Pereira
Enviado por Hudson Pereira em 16/11/2008
Código do texto: T1286898
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