A morte de uma criança

Onde estou?

Por que todo o mundo está chorando?

Por que estou deitado aqui?

Ninguém quer me ouvir?

Fernanda! Oi, Fernanda! Estou te chamando.

Você também não quer me ouvir?

Por que choras, Fernanda?

Sou seu irmão, pode contar seus problemas para mim.

Você também está chorando, mãe?

Hoje todo o mundo resolveu chorar.

O que faço deitado aqui?

Que cheiro de vela e flores.

Por que todo o mundo está me rodeando?

Eu não faço aniversário hoje.

Olha quem está aqui! Meus amigos.

Aí, Sandro, Felipe e Gustavo. Vamos brincar?

Vocês também estão chorando?

Até parece que alguém morreu.

Quem é essa pessoa de branco, que esta rindo para mim?

É a única pessoa que parece feliz.

Oi, quem é você?

Não quer responder?

Ainda continuo sentindo cheiro de velas e flores.

Mãe! Ó, mãe! Não chora. Estou aqui.

Meu Deus!

Estou deitado em um caixão.

Não!

Não pode ser verdade.

Mana, me tira daqui!

Mãe, eu não estou morto.

Amigos, me ajudem. Por favor!

Eu só tenho onze anos de idade.

Não posso morrer.

Agora eu sei quem é o homem de branco.

Ele não pára de sorrir.

É um anjo.

Minha irmã não chora.

O anjo está do meu lado.

Deus!

Por que eu?

O anjo está pedindo, para eu me despedir.

Está ficando tudo branco.

Mãe, não deixa que me leve.

Cadê você, mãe?

Cadê você, Fernanda?

Cadê todo o mundo?

Cadê?!?...

mensageirojc
Enviado por mensageirojc em 26/03/2006
Reeditado em 28/03/2006
Código do texto: T129007