DOR ESTRANHA*
Talvez a dor seja
um banco sozinho.
Um branco de papel
querendo ser pergaminho.
Talvez a dor seja passageira,
uma garrafa mensageira de
estranhos descaminhos...
E eu aqui querendo ser mar.
E eu aqui, lutando pra voar
sem asas.
Talvez as casas sejam todas
iguais...
E os telhados sejam parapeito
de gemidos abissais.
E eu aqui querendo ser céu.
E eu aqui lutando pra escorrer
sem chuvas....
Talvez as luvas não sejam pares,
e os dedos sejam malabares de
de elos estranhos.
Um branco de papel inundado
por sonhos castanhos...