LEMBRANÇAS
 
Procurei por toda parte, como que enlouquecida
Procura a respiração, para não perder a vida.
Mas enquanto procurava a esperança perdida
À minha volta giravam, lembranças já esquecidas.

Lembranças boas que o tempo, se encarregou de guardar

Mas ao revolver escombros, retornam ao seu lugar.
Hoje quase asfixiada, como quem procura o ar,
Ainda bendigo a vida e procuro-a preservar.
 
Sinto-me às vezes impotente, sem ter asas pra voar,
Sempre só, incompreendida, buscando o pranto evitar;
Prossigo na caminhada cantando ao invés de chorar,
Enquanto pranteio o canto nas mansas ondas do mar.

Mas muitas vezes meu cato, por mais doce que pareça,

Confunde-se com o pranto e mergulha na tristeza.
Uma tristeza tão grande, que machuca o coração,
Quanto este só pretendia, falar de amor e paixão.
 
E embora ainda tenha muita coisa pra lembrar,
Vou procurar em silêncio, um cantinho pra chorar
Sozinha enquanto busco recompor a inspiração,
Que antes adormecida se escondeu da solidão.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional