ESCOMBROS DO QUARTO AZUL
I
Romperam-se nossos odres,
Os estilhaços espalharam-se pelo mundo,
E a cada passo
em nossos escombros,
Sangrando,
Permaneço.
II-
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O resultado
a morte
o futuro
As palavras embaralhadas
ocultam o coringa
em suas mangas masgadas
pela acidez das bocas.
Asco no ósculo!
Vem de teu amor a minha podridão.
apaguei do céu a imagem da carruagem
carreguei o féu em tua morte
esquife de teus deletérios,
meus pensamentos sucumbiram,
quase morro!
Por sorte
bicho que se preze
foge por instinto
e preparo meu antivirus
pra cabeça do meu dia
"que tenham olhos e não me vejam
mãos e não me alcancem"
Da poesia ,escudo,
do amor puro ,alimento,
do excremento,humildade de se saber merda!
Enfie seu defecar de profecias
e permita-me o maná em terra prometida,
não serei adorador de teu corpo- baal
nem teu anjo aleijadinho
chorando tua benção
só porque possues
a maestria
do riso artificial!
Teu cuidado
é nos escombros que
me sorri,
no principio, alívio de pós-guerra,
Após,
terra submetida à tua foice
peste psicólogica tuas premissas!
Um dia foi o temor
agora o terror de tuas "palavrinhas"!
Mas há ESPERANÇA
em corpos que sabem dançar
olhos que aprenderam a ollhar
e silêncios de respeito
e admiração!
Cidadela morta,
talvez,
pra você!
(Escombros do quarto azul - Tiago Branco)