Querido poço
Querido poço
Tentaram me jogar em um poço
Frio e úmido
Acabaram por conseguir
Não foi preciso muito esforço
Bastaram apenas algumas palavras
Que em meu coração pequeno e frágil
Causaram profundo desgosto
Jogaram cordas para que eu saísse
Mas naquele momento
Já era parceira do poço
O frio e a escuridão, a água que descia da parede e do meu rosto em forma de lágrimas de desgosto já fazia parte daquele poço
Tentei muitas vezes na corda segurar
Mas quando subia um pouco
Da corda via a borda
E na borda via o rosto de quem me jogou no poço
Minha mão perdia a força e a corda escorregadia não ajudava
Me coloquei a pensar
Que para mim já não dava
E que no poço era dia
E lá fora era noite
Antes não tinha ninguém
Agora tenho você
Meu querido poço
Eloiza G. Antônio – 09h49min – 21/01/09