Murmurio da meia-noite
Ouço as batidas da porta
que batem e me rebatem
levam-me e me amedrontam
murmurio silencioso da meia-noite
o vento corta as ruas
chovem lembranças
corre o lápis
bate à porta o sonho e a esperança
Vem o frio, o infinito
as nuvens voam
o céu desce...
as luzes outrora acesa, se apagam
as batiads continuam
ouço meu coração a mil
dois por uma sensação estranha
o murmúrio inquietante se extinguiu?
e durante a meia-noite
inteira noite a escrever
o lápis no vento some
a porta se aquieta na vontade de me ver
se cansa de esperar pelo descanso
das batidas na porta já se esqueceu
meia-noite inteira ouvindo o murmúrio do vento
inteira-vida, meio silencoso a ser apagado pelo seu inquietante eu...