Sou triste...
Sou triste e breve como se é quem tem vida.
Como a falta da ternura paterna, paciência divina.
Como quem rema contra a maré e perde as forças
Ou na verdade, já nem quer remar, só quer... Flutuar...
Sou triste e já não sei o que fazer, como uma unção.
De tudo que é breve e distante. Doce contemplação
Da volúpia que a dor traz... Em prazer quem sabe
[ao final.
Sombra de tudo que é grande e puro
Nódoa do tempo e flecha perdida...
Sonhos difusos, todos, nas ruelas desta vida.
Sou como um cego perdido no escuro...
Simples e grave, porto sem cais,
Âncora alheia, mirando os agudos ruídos.
Que dentro de mim o que a ausência da tua
[presença me faz...
Sou triste como a pomba que solitária,
Vive sempre só e mesmo assim,
Ninguém sente seu penar e a têm como
A esperança... A paz...