Sou triste...

Sou triste e breve como se é quem tem vida.

Como a falta da ternura paterna, paciência divina.

Como quem rema contra a maré e perde as forças

Ou na verdade, já nem quer remar, só quer... Flutuar...

Sou triste e já não sei o que fazer, como uma unção.

De tudo que é breve e distante. Doce contemplação

Da volúpia que a dor traz... Em prazer quem sabe

[ao final.

Sombra de tudo que é grande e puro

Nódoa do tempo e flecha perdida...

Sonhos difusos, todos, nas ruelas desta vida.

Sou como um cego perdido no escuro...

Simples e grave, porto sem cais,

Âncora alheia, mirando os agudos ruídos.

Que dentro de mim o que a ausência da tua

[presença me faz...

Sou triste como a pomba que solitária,

Vive sempre só e mesmo assim,

Ninguém sente seu penar e a têm como

A esperança... A paz...

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 15/05/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1595894
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