Angústia.

Angústia das horas longas que se espargem

Nos minutos, lentas velas que não se partem.

Como o vento que não corre, sopra inerte.

Aflição de domingo mudo e indolente.

Vértice intangível, contradição insuportável.

a caricia do que é triste ante meu corpo suspenso

Acima de tudo que é vivo e explicável.

Acima do que preciso, aragem e mar imenso...

A voz que não ouço não me ilude, amena,

A doce voz companheira que nunca me ama.

E sempre me faz, constante procura, suplicante.

Busca. Desesperada e sempre... Angustiada.

Só quero um verso baixinho, um riso discreto.

Um olhar febril, um calor bem de perto.

As horas nos bolsos, guardados e irrelevantes,

O espaço que divide os corpos, o silêncio de um breve instante.

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 15/05/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1595919
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