Angústia.
Angústia das horas longas que se espargem
Nos minutos, lentas velas que não se partem.
Como o vento que não corre, sopra inerte.
Aflição de domingo mudo e indolente.
Vértice intangível, contradição insuportável.
a caricia do que é triste ante meu corpo suspenso
Acima de tudo que é vivo e explicável.
Acima do que preciso, aragem e mar imenso...
A voz que não ouço não me ilude, amena,
A doce voz companheira que nunca me ama.
E sempre me faz, constante procura, suplicante.
Busca. Desesperada e sempre... Angustiada.
Só quero um verso baixinho, um riso discreto.
Um olhar febril, um calor bem de perto.
As horas nos bolsos, guardados e irrelevantes,
O espaço que divide os corpos, o silêncio de um breve instante.