ALMA RETIRANTE

Como noite de agouro no sertão,

Cai à tarde do domingo,

Num peito que é triste solidão.

Com calma, com muita calma,

Respiro fundo e sinto minha alma,

Como a se arrumar pra longa viagem,

Igual a retirante em tempos de estiagem.

Ficamos assustadas

- Eu e a minha pobre alma -

Então lhe peço gentilmente,

Que pare de se avexar.

Rogo-lhe que se sente.

Ela humilde...

Reluta um pouco... Contudo,

Aceita meu convite com gosto.

Em troca lhe prometo

- ela sabe que cumpro -

A lhe ajudar a por tudo no lugar...

E é assim que termina o domingo,

Minha alma a conversar comigo,

Em minha sala de estar...

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Publicada tb no " Apenas Ysolda"

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