Simples Rima

Minh’alma ama o odor da pestilência

A sombra incerta que vagueia impune

A escuridão que a toda luz resume

E encerra nossa vida na dormência.

Meu coração, maçado da vivencia

Que à funeral desgraça os tristes une,

Não mais tolera aquele antigo lume

Que a turba ignota traz em reverência.

Meus olhos, já fechados na latência,

Deleitam-se em notívago azedume,

Lembrando a tempestade que se assume

No meu interior... na minha essência.

Resta-me, então, somente a desistência

E esquecer que um pavoroso nume

Abandonou-me à sorte n’algum cume

De onde assisto à minha decadência

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 28/05/2006
Código do texto: T164953
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