Um brinde à vida: Entre mim, e meu carrasco!

Quem eu sou?

Palavras que se perdem no vento

Pensamentos que não traduzem idéias.

Dor!

Sentimento que grita em meu peito.

Longe dos olhos do mundo

Em mim mesmo me escondo

E escrevo!

Numa esperança vã de me salvar.

Excêntrica depressão me acompanha

Pois meu riso é um grito hilariante

Como, como salvar-me de mim?

Como salvar-me de Ti?

Que sarcástico conto, minha vida

Repleto de perdas de choro e de dor!

Tu és um péssimo escritor!

Sim, um péssimo escritor!

Ando só, pois apenas eu sei pra onde meus passos vão

Eles guiam-me no escuro

A fim de levar-me a lugar nenhum!

Acostumei-me,

Seus castigos já amorteceram minha alma

Já não sinto nada

Faz-me bem a dor!

E eu gasto esta vida que me deste

A qual insiste, cruelmente, em preservar.

Eu sei que gosta deste meu canto celeste

Que forma-se na febre de meus pensamentos,

Pouco a pouco, deliciosamente, a me matar.