Na solidão da chuva percebo minha vida mal vivida
Nesses dias de chuva
Sempre tenho uma nostalgia
Uma saudade de uma época que não vivi,
Ao menos não aqui
Não sei de onde vem
Não sei se sinto falta de alguém
É meio esquisito, mas acho que é mais que isto.
Não é saudade de amor que partiu
Não é a falta do amor que não surgiu
É algo assim,
Mais referente a mim
Quem sabe seja uma saudade
Da minha vida passada
Quando me sentia uma pessoa amada
Não sou infeliz, ao contrário
tenho tudo que preciso diante de meu nariz
O que está mais longe está dentro do armário
Mas que fazer,
Fico sem entender
Mas então vem o sol,
Eu paro de pensar e volto a trabalhar
Por mais que demore
Um dia chove, e vem então
Aquela sensação, que esse não é o meu lugar
É difícil explicar, mas quando chove
tenho a impressão, que estou no teatro
e em meio ao ato, sou convidado
a participar do espetáculo.
Num lapso, me dou conta
Que a história que se desenrola
As vezes comédia, as vezes tragédia
É a simplória, representação do que está na minha memória
Fico paralisado pelo impacto
Da revelação que no espetáculo da minha vida!
Enquanto atores estão no palco, eu fico na platéia
Essa é a maior tragédia, que se pode imaginar
A vida passando diante de seus olhos e você parado no mesmo lugar
Começo a chorar pelo tempo que perdi
Então vem o sol, e eu paro de pensar
E volto a trabalhar.
Sem nada fazer para mudar
Até que chove e eu volto a lastimar
A minha sorte,
Fico apenas ao aguardo da morte.