Vorazes ponteiros

Devoras-me vorazmente as lembranças,

Marcas meu rosto impiedosamente,

Despertas minha saudade dormente,

Obrigas-me a aceitar suas mudanças

Saqueias-me todos os bons momentos

E só o que queria esquecer me resta

Pois causas p’ra risos varrem os ventos

Lágrimas se escondem em qualquer fresta

Covarde , espancas-me e corres , foges ...

E eu , fraco e derrotável não desisto,

“Onde há vida, há esperança!” Por isso tento.

Ser que és insuperável! E sempre urge

Que saibas o quão me julgo maldito

E ínfimo perto de ti , Ó tempo !

(Bernardo Joanes)

Joanes
Enviado por Joanes em 05/06/2006
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