Abandono
Em destêrro meu ser vaga
sob um céu de cinzas,sem lua
e em oculto no extremo
duma estrada,em noite
calada,choro a mágoa
e meu luto.
pois o lume abstrato
que luzia minha alma
converteu-se em fogo-fátuo
inflamando em seu subleito
de eterna calma.
E na penumbra da noite
ao acaso caminho,
moroso em meus passos
e em desalinho,ao
dispor do destino
renego o ar.
Sem meu amor
sou menino que
perdeu-se do lar.
Acho-me num deserto
no qual peregrino em busca
do portal que irá me transpor
ao mundo vivo dos que já se foram.
Busco a morte para que nela
eu reencontre a vivacidade
de meu suspenso enlace de amor.