Amor do avesso

Agora nada sou...

Só cadeira vazia no salão sem par

Dançando com disfarçada alegria

Qualquer dois pra lá, dois pra cá

Sou marinheiro sem barco, sem porto

Viajante sem destino algum

Náufrago sem ilha

Sou uma meia sozinha

Uma só alça de bagagem

Sou maresia sem mar

Brisa sem ar

Sou nenhuma cor

Sou pétala a voar sem vento

Vinda de lugar nenhum

Sou da terra do nunca

Do jamais, do não-pode-ser

Sou menos um de zero

Sou nada

Sou medo

Sou bruta

Sou qualquer coisa à esquerda

O avesso do avesso do amor...

Sou aquilo que quer ser

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 23/07/2009
Código do texto: T1715495
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