Dias incertos
Os dias andam distantes
da minha janela.
Perdem-se sem abrigo,
escondem-se aflitos.
Canso de guardá-los
entre minhas lembranças
e escorrem pelos dedos
como fumaça...
Em meus sonhos,
ouço lamentos, choromingos,
e me desprendo dos assuntos.
Dias longos, dias curtos,
sem afeição se pronunciam,
esquecem de cuidar dos desmotivados.
Em vão se alerta minha imaginação:
dias que não trazem o perdão.
E eu aqui, otimista,
a espiar pela janela
esperando uma nova visão.
São Paulo, 17 de julho de 2009.