Natureza morta... Homem morto...
Encontrei uma arvore caída
Derrubada por um lenhador
Ainda com um resto de vida
Disse-me ela ressentida
Gemendo de tanta dor:
“Os homens não raciocinam
A respeito do nosso valor
Eles cometem atrocidades
Contra a mãe natureza
Despertando a seu furor.”
Caminhei pensando bastante
Sobre aquilo que eu ouvi
Mas quando dei por conta
Lá estava eu diante do lenhador
Que cruelmente cortava outra árvore ali.
Parei diante daquele homem
Interrompendo aquele assassinato
Ele foi embora um pouco nervoso
Resmungando como um louco
Dizendo: “Eu te mato! Eu te mato!”
Foi-se embora o lenhador
Deixando-me só com a natureza
Quando ouvi uma voz dizer:
“Muito obrigado, caro senhor,
Por preservar tão rara beleza.
Muito obrigado por ter espantado
Aquele homem cruel e insano
Que, no peito carrega a morte,
Na alma transporta má sorte
Com requintes de um ser desumano.”