FENECENDO

Rogo por esta partida, sem a nada temer,
Enclausurada já estou nessas pequenezas.
Das longínquas mãos que se erguem sem saber,
Vida que se arrasta no rastro com destreza.

Num grito mudo, clamo a libertação premente
Dessa minh'alma, que num desatino quer morrer.
Em que atos poderia ainda ser inconsequente,
Se meu corpo se deixa ir num claro padecer?

Arqueados estão meus entristecidos pensamentos.
Não imploram, nem mesmo lamentam essa dor, assim.
Afligem-se no rastejar latente destes momentos,
Que por ainda quedarem-se, retardam meu triste fim.