DISFARCES

O que de mim será nesse vagar insistente,
Entre tornados, meus passos pesados.
O que me aguarda adiante receptivamente:
Maltratadas falas, sorrisos alquebrados.

O que de mim hei de dizer, quando o Sol se pôr?
Que a luz que invadia copas de árvores, entristeceu.
Deixou adentrar todas as verdades do amor,
Que a água tratou de lavar e enfim feneceu.

O que será dessa inefável existência, hei de ir?
Colho dos espelhos imagens a ferir a face
Desfigurada pelas lágrimas, sem forças a cair,
Nesse dia de luta inglória, reflito meu disfarce.