LÁGRIMAS FERIDAS
Eu bem sei – eu poderia incinerar esse papel,
Antes de manchá-lo com lágrimas feridas.
Mas, é meu papel, amarrá-las nessas linhas,
Onde um dia elas fluíram em forma de vida.
Vivo a me enforcar nas correntes dos meus rios,
Em minha face, restam os leitos – sem vales.
O que vale em mim é o que de mim evade
E o que me invade, vem sem alarde... É vil!
Eu sei que poderia deixar esse papel em branco...
Mas onde calharia o meu pranto?
Onde calharia meu pranto...!?
Ivone Alves SOL