Elegia Desesperada

Elegia Desesperada

De que adianta mãos ardentes

Colhedoras de brasas-fogo

Se as raízes-fins profundas

Encontram-se em negror e podridão?

De que adianta a voz bravia

Se é em terror e melancolia

Que os olhos se fecham e se respeitam?

De que adianta o discurso,

Verdade feroz, sem rédeas e alvo,

Se a palavra é frágil, corruptível?

De que adianta a liberdade,

Na terra, na cidade, aonde quer

Que seja, aonde quer que vamos...

Se é na saudade que nós voamos?

R Duccini
Enviado por R Duccini em 04/11/2009
Código do texto: T1904989