RANCOR
Choro a minha dor
Afagando a minha,
Pelos cantos sem cantos.
Aos murmúrios dos dias,
Aos lamentos das noites,
Minha vida responde
Com sua toada muda.
Frias palavras ainda vibram
Nos áudios da desilusão.
O sórdido desengano,
Faceta da esperança,
Navega nas minhas procelas,
Com seu peculiar furor.
Mas há de naufragar
Na mansidão do meu desprezo.