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            CANTE NO EXÍLIO, POETA
 
       Onde estas Gonçalves Dias?
       Estou ansioso por te encontrar.
       As aves aqui já não podem cantar
       e eu me refugio em poesias.
       Hoje, ouvir um gorjear é difícil...
       Ver um lindo revoar, impossível.
 
       As asas que, hoje, ao céu cortam,
       não são daquelas formosas aves
       que um dia dizias que cantavam cá.
       São de dantescas espaçonaves 
       que, as distâncias, agora, encurtam,
       só pela ganância de gente má.
 
       Os ruídos que, então, se ouvem,
       não são mais da nossa rica natureza,
       nem as crianças conhecem estilingue,
       pois qualquer um sabe, com tristeza,
       que só os gases que se emitem,
       toda espécie de pássaro extingue.
 
       Aqui, sobrevivem algumas palmeiras,
       mas está morrendo o Sabiá,
       de tanto maltrato e desencanto.
       Poeta cafuzo, por Deus... não queiras
       voltar, neste momento, para cá.
       Só queremos, do exílio, ouvir o teu canto.

 
                                                  São Paulo-SP 17/11/09
                        
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 29/11/2009
Reeditado em 10/08/2017
Código do texto: T1951174
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