Queria ser o teu bálsamo
Hoje minha menina, tu vieste
Com dor em tua alma... no teu ser
Falou por alto o que te ocorria
Pincelou os traços de tua agonia
Mas não me permitiu te socorrer
Parece até que não mostrei-lhe nada
Parece que foi só uma iluzão
Senti por ti ainda mais carinho
Mas quando fui abrigar-te no meu ninho
Não me deixou, pungente, dar-lhe a mão
O que foi que aconteceu minha adorada?
Pra por em terra todo o afeto meu
Eu dei a minha alma, tão dileta
Quis ser teu amigo... o teu poeta
Porém na bruma o meu verso se perdeu!
Perdoe-me, te digo já porém
Pois sei ser coisa de meu orgulho tolo
Mas entenda o que desejo para ti
São os caminhos de flores, que não vivi
Jamais quis eu causar-te qualquer dolo
Ao ver que te afliges no teu dia
E é dificil este teu momento
Meu ser tornou-se todo inquieto
Meu amor por ti, ficou completo
E cheio de desejo de ajudar
E perturbou-se então meu pensamento
Ai, agora o que faço pra voltar querida?
Se perdi-me nas intenções em revolto mar
Se não posso aliviar teu sofrimento
Nem te fazer sorrir por um momento
Vou ao menos então, tua dor chorar.