PERDOEM-ME, AMIGOS!
PERDOEM-ME, AMIGOS!
Amigos, é o tempo, um ano se inicia!
Usemos nossas armas. Nossa poesia
é grande, não parece, mas não há quem vença.
Unamos nossas forças, unamos a crença.
Não pode ser assim o nosso belo mundo:
o ser humano um triste, um pobre vagabundo,
deitado nas calçadas das ricas cidades,
sem voz e sem razão, exposto às crueldades
do bicho mais feroz: do próprio, ele mesmo
transformado em problema, caminhando a esmo.
O que fazer, meu Deus? Dizei-me, eu ando aflito.
Ouví, Senhor meu Pai, do cume do infinito,
as preces deste Vosso humilde e pobre filho
também um pecador, também fora do trilho.
É Natal! Veio ao mundo nosso próprio Deus!
Luzes e cores, festas, vinhos, irmãos meus!
Logo em seguida, novo tempo se inicia.
Esperança de paz à luz da poesia.
Perdoem-me , amigos, pois algumas rosas
vermelhas, amarelas, brancas, perfumosas,
eu queria ofertar, das festas, aos burburinhos,
mas eu não poderei, feriram-me os espinhos.