Em mim chove torrrencialmente hoje...

Na certeza do sonho anda a piedade perdida.

Anda o crepusculo temido sob o véu da vida.

Rancor que explode em grande abstração,

Em flanco pudor ressentido à amplidão.

Vago sorriso, segregando a alma em flor,

Suspiro contido, pulsam as dores, a cabeça, o abdómen.

Sugo o ar em constante asfixia, escapa um suor,

Revolta e explode, suga, indigna e as vozes somem.

Quem há de livrar, salvar, libertar, me confortar?

Alma idigna, fauta. Nódoa impassivel, voraz...

Sobre este peito a quimera impura, óh solidão!

Extrei-se do vento o pólen e chove. Torrencialmente.

Em mim chove. Choverá imensamente hoje.

"Choverei", a alma débil em meu corpo, lentamente...

07.12.09

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 22/01/2010
Reeditado em 22/07/2016
Código do texto: T2044819
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