NADA
Toda a água não mataria minha sede
Estou ébria, e a bebida não me pode saciar
Cada cigarro... um desperdício,
Não acaba a vontade de fumar.
Quanto mais lhe tenho, mais desejo
Nem você já consegue me acalmar
No vazio da cama, no amargo do beijo
Minha alma vaga rumo a naufragar.
Desespero de morte e vontade do nada
Possuo o nada, que sentido isso faz?
Só as trevas me entendem, me prendem, me tragam
Me acorrentam, me levam ao caos e me largam.
Deixam-me só, como só sempre estive
Precisando de mim, sem nunca me ter
Oprimindo-me sempre em meu grande vazio
Desejando sempre mais, sem saber ao certo o que!
O que é que sacia, quando a alma é vazia?
O que mata a vontade, quando não se quer nada?
O que apaga o ardor, quando a mente é fria?
O que traz alegria, quando o hábito é a dor?