Auto-Retrato

As nuvens são como um rosto que chora

É como o meu rosto

Que chora e faz brotar

As palavras incapazes de purificar

Os rios que saem de meus olhos,

A lava que sai de minhas veias,

A lividez que reflete de meu espírito.

Talvez eu esteja perdendo os segundos

Mas as horas já me perderam

Neste século das horas incertas

Das horas cegas e incorretas

Talvez eu esteja perdendo as pessoas

Mas a sociedade já me perdeu

Neste mar de hipocrisia

Aonde a verdade é uma grande mentira

Em que os arcanjos declaram o fim:

O fim do que não existiu

Eu não existira!

Mas o nada,

O NADA É TUDO!

Mas nunca fui tudo para alguém

Eu sempre fui o nada

E nada se converte

Em simples e singelas palavras

Num triste martírio entre o começo,

O meio e o fim.

Mas o fim, nunca existiu

O fim sempre foi o nada

Eu sempre fui o fim.

E o fim, comigo também acabara.

Andrej Cherkaev
Enviado por Andrej Cherkaev em 16/08/2006
Código do texto: T218093