Inútil existir...
Eu vi, sangue escorrendo entre os dedos
Uma vida se esvaindo diante meus olhos
E nada, nada pude fazer, um músculo movimentar
A dor poder arrancar, daqueles olhos gotejantes
Que não quariam ver o real desespero do momento
Tudo se foi em poucos segundos, num lampejo, a repulsa
Num tormento o pesadelo crescente
E nada, nada pude fazer, nem as lágrimas secar
O homem, ser inerte, sorrateiro nos beirais da existência
Fujindo das vontades, se escondendo nas desculpas
E a vida se foi em meio ao sangue que manchava
A roupa, tingia a alma, dilacerava o coração...
E nada, nada puder fazer, inútil existir, esse o meu.