Espera
E, tão inesparado quanto a chuva no deserto,
Você se virou e partiu, seguiu seu caminho
Me deixou ali sozinha. Acima, o céu aberto.
Não me deu tempo de reagir. Isso foi mesquinho.
Não que eu tivesse algo a dizer, mas agora
me falta o chão. Tantas verdades não ditas.
Você falando que sim, quando deveria dizer não.
E eu aqui, aflita, o ar no chegava so pulmão.
O fato é que você não está mais aqui.
E parece que eu também não.
Você me levou, presa, amarrada, no seu coração.
Agora não mais vivo, apenas sobrevivo,
sem muita razão. E espero, ah, espero
pelo dia que voltaria a ver você, parado no portão...